Meio Brasil aprisionado em casa, em quarentena; pelo menos metade pessoas de baixa renda que não tem condições de ter uma internet de qualidade para assinar Netflix; sem condições para assinar TV por assinatura.
Nem em seus sonhos mais loucos os Marinho imaginariam uma situação tão favorável.
Citação já antiga, por volta de 2010, de um jornalista local:
[…] Outra parte é permitir-se que as emissoras mantenham seus horários nobres ocupados por programações alienantes, ocas de conteúdo e imbecilizantes.
Pior ainda, preconizando violência, degeneração familiar, amoralidade e claros direcionamentos de natureza puramente econômicas. Tudo por conta de seus donos e prepostos.
O sentido é único: não importa o conteúdo e nem o horário, desde que renda bons lucros.
(Aderbal Machado – o link para o original foi removido)
Nas postagens da prefeita da minha cidade, em que ela comunica a volta gradual das atividades econômicas, encontrei algums comentários desesperados de algumas pessoas.
Elas são contra a volta das atividades comerciais. Assim, contra, simples. Não sei o que lhes passa pela cabeça, ou se passa alguma coisa, sobre a necessidade de uma ampla parcela da população de voltar a trabalhar pra, sei lá, né, tipo, colocar comida na mesa.
Isso acontece por causa de duas coisas:
A ignorância média das pessoas, essa grande parcela populacional que se enquadra sob o grupo dos analfabetos funcionais.
O alarmismo da mídia, tipo um infeliz programa Fantástico de domingo mostrando um falecido por k0wid sendo levado ao cemitério e enterrado com dois familiares apenas.
Na cabeça dessa pessoinha que comenta desesperada na postagem da prefeita, ela acha que foi pra rua, olhou pra um infectado, pronto, pegou o vírus; que esse vírus é do tipo pegou, morreu.
O benefício da dúvida me manda assumir que ela não se informou adequadamente sobre as questões mais estatísticas dessa epidemia. Que 70% da população vai pegar esse vírus de um jeito ou de outro. Que a maioria será de forma assintomática. Que uns poucos terão sintomas suportáveis. Que uma minoria terá que ser internada. Que poucos seguirão para a UTI e que – é o risco de se estar vivo – uns poucos indivíduos já debilitados por outros males realmente sucumbirão ao vírus, como foi o caso daquele infeliz cujo enterro o infeliz Fantástico mostrou em rede nacional.
Essa pessoinha que estou me referindo, na verdade, por ser analfabeta funcional, como assim é 60% da população, mesmo que entrasse em contato com essas informações estatísticas, nem conseguiria processar, não consegue imaginar, abstrair o que é uma minoria de uma minoria em relação a uma ampla maioria.
Cheguei até aqui triste com essa constatação.
Mas daqui temos a dimensão da IRRESPONSABILIDADE de uma mídia sedenta por views e cliques.